segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Música, Oasis e outros caralhos.




Cara, era para eu estar terminando de escrever o próximo capítulo de Juízo de menos, mas a minha inspiração foi parar lá na Argentina — junto com o filha da puta do meu melhor amigo. Mas não tô afim de disso, então vamos mudar para o assunto desse post que é música (mas não vai ter nenhuma música da Argentina, porque eu não quero ouvir falar desse país tão cedo).
Não é segredo pra ninguém (que me conhece) que eu sou fã de Oasis — e, como todo fã alucinado, vou torcer até o meu último suspiro pra que o Noel e o Liam resolvam as tretas deles e os caras voltem com a banda. Meu pai, pessimista como só ele pode ser, acha que é mais fácil os Beatles lançarem um novo CD. Mas ninguém vai matar as minhas esperanças, principalmente depois que o Beady Eye (que é praticamente o Oasis só que sem o Noel Gallagher) tocou Wonderwall no encerramento das Olimpíadas de Londres.




Pode não ter sido uma das melhores interpretações do Liam, mas quem é fã (ou quem pelo menos curtia/curte o som dos caras) deve ter ficado arrepiado ou, pelo menos, meio nostálgico. Pra mim, Oasis um dia volta. Se os Beatles ressuscitassem e lançassem um cd, também não seria nada mal.
Eu sou um cara que, graças a Deus, tive boas influências musicais na família. Minha mãe é fã convicta de Legião Urbana e o meu pai, cara, pode ser considerado o quinto garoto de Liverpool. Sei lá. Não teve como eu correr da música, porque ela veio pra mim de berço, sabe? Acho que a primeira música que eu aprendi a cantar foi dos Beatles — ou a segunda, se Eduardo e Mônica contar na lista.
Porém, nunca quis ser músico. Até tento de vez em quando arranhar alguma coisa no violão, mas sempre soube que dom pra isso eu não tenho — e, para falar a verdade, nem vontade. Nem quando chegou essa fase de todo mundo achar o máximo saber tocar. Meu pai tentou me ensinar e eu até cheguei a fazer algumas aulas, mas até hoje eu só sei umas poucas notas.
Eu sempre fui meio vagabundo então raramente eu achava alguma coisa que prendia a minha atenção a ponto de eu treinar isso todo santo dia. O skate foi uma exceção. Comecei a treinar com uns 7, 8 anos, sei lá. Não parei mais. Não que eu quisesse virar um profissional. É que isso foi um lance que eu curti pra caramba e até hoje ainda é uma das coisas que eu mais gosto de fazer (só que agora, infelizmente, sobra pouco tempo). Então skate e música são as minhas maiores paixões desde pivete.
Aí, eu conheci um cara lá pela segunda série que compartilhava os mesmo gostos que eu. O que é meio incomum, já que criança raramente se liga nessas coisas de música e o número de mães que estão dispostas a levar seus filhos toda semana no hospital (porque a peste vive caindo e quebrando/triturando o braço quando anda de skate) é praticamente zero.
Então eu e esse cara éramos praticamente uma anomalia na escola. E, olhando por esse lado, seria óbvio que a gente acabaria se juntando e virando melhores amigos, certo? Errado.
A gente se odiava.
Sabe aquele lance de guriazinha fresca que fica com raiva porque a amiguinha copiou a roupa dela? Esse lance rola entre os caras também. Só que não tem essa de ficar de fofoquinha e olhando feio, que nem as garotas. A gente saia na porrada mesmo!
Eu devo ter batido o recorde de vezes que fui parar na Diretoria por causa disso. Ninguém entendia nada, porque pra todo mundo eu e ele éramos bons amigos. Eu lembro que a nossa professora quase teve um treco quando viu a gente saindo no tapa em plena sala de aula. Eram bons tempos.
Sem perceber, a gente virou amigo de porrada. Tipo aquela pessoa que tu grita e bate quando está revoltado (mesmo que seja por coisas nada a ver com elas) só pra extravasar, sabe? Era meio que assim. E então a gente foi descobrindo mais uns lances em comum, brigando, trocando uns jogos, brigando, colecionando cards do Yu-gi-oh!, brigando... Quando eu vi, esse cara tinha se tornado meu melhor amigo.
Porque ele pegava minhas coisas emprestadas e nunca devolvia, eu passava mais tempo na casa dele do que na minha, nós nos quebrávamos numa manobra idiota todo dia, íamos pra Diretoria juntos, levávamos bronca juntos, nos ferrávamos juntos, brigávamos sem parar às vezes e, depois do nada, nos falávamos normalmente.
Sei lá, acho que amizades que nascem de brigas são as que mais duram. Pelo menos a nossa foi assim.
E esse post era e é sobre música, cara. Mas eu estou meio perdido sobre o que eu devo falar e você sabe que eu não sou do tipo de fazer uma homenagem e os caralho.
Mas eu queria registrar aqui um pouco da minha amizade com esse cara que curte Blink 182. Que ainda não devolveu minha camiseta do Kanye West, que roubou umas minas de mim, que tem talento pra caralho (mas se finge de tímido), que desenha mais que eu, que eu raramente chamo pelo o nome (porque viado e otário é o que melhor define, deveria constar isso na certidão!), que é o segundo filho que a minha mãe não teve, que merece um soco na cara e que EU VOU SENTIR FALTA PRA CARALHO DESSE FILHO DA PUTA.
Então eu espero que ele se dê muito mal na Argentina, que nenhuma mina de lá ligue pra ele, que essa viagem seja uma merda, pra que ele volte logo pra casa pra eu poder dar um soco na cara dele e zoar porque o cabelo dele é mais tosco que o meu.


“Eu não sou muito bom com despedidas, tu sabe. E eu não levo jeito pra esses dramalhões mexicanos e os caralhos, por isso não fui no aeroporto e nem te liguei. Porque, velho, eu não vou ficar chorando por causa de homem, seu filho da puta. E foi mal por uns lances que eu disse, mas eu não vou pedir desculpa por nada, porque, na real, eu ainda tô muito revoltado. Mas, sei lá, se tu acha que foi o melhor pra ti fazer essa porra de viagem, acho que deve ser mesmo, porque tu (por incrível que pareça) sabe o que faz. Valeu, irmão.”
G.S.






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