sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Carnaval, alfinetadas e um pouco de Strokes



Eu acho Carnaval uma coisa meio bizarra. Sei lá. O ano inteiro só tem mulher pelada na TV lá pelas três da manhã — e olhe lá porque aquilo ‘tá mais pra nu artístico: canal culinário chega a ser mais excitante. E, aí, chega fevereiro e tudo muda!
Tem gente mostrando o que é e o que não é pra se mostrar em tudo que é canal, e aquela coisa bonita, todo mundo alegre, camarote da BRAHMA, desfile, rainha de bateria e os caralhos que a Globo faz cobertura. E ninguém ‘tá nem aí! Mas quando tem uma cena mais quente na novela, vem um monte de tia ofendida querendo processar, e, se pá, até o Papa reclama.
Agora, quando é Carnaval, PODE!
A criançada lá assistindo desenho e, do nada, aparece a Globeleza sambando com os peitos balançando de lá pra cá no comercial. Ê, Brasil! Quem precisa de canal educativo nessas horas, hein?
É tanta escrotisse que chega até a ser engraçado.E o daóra é que, quando o Carnaval acaba, eu posso sair falando isso pra todo mundo que ninguém vai achar ruim. Agora vai eu falar isso quando todo mundo ‘tá caindo na folia que vem geral com quatro pedras na mão falando que eu não respeito à cultura do Brasil. E não é isso. Eu respeito sim e até entendo que as pessoas tem direito de curtir o que elas quiserem, mas não sou obrigado a concordar com tudo. Sou?
Lá na China eles comem cachorro (é da cultura deles), se eu for pra lá vou ter que comer também? Não, né! Então eu acho que também tenho o direito de não achar o Carnaval o ponto alto do ano. Mas não estou necessariamente reclamando. Como dizem por aí, feriado dado não se olha os dentes — ou alguma coisa assim.
E, já que estamos nesse clima de falar mal do que já passou, acho que é uma boa hora pra relatar aqui uma conversa que escutei na fila do supermercado entre duas senhoras. Não que eu estivesse interessado em ficar bisbilhotando o papo delas, mas elas praticamente me puxaram para dentro do assunto. E que assunto!
Lá estavam as duas conversando, ou melhor, alfinetando a coitada da Gracyanne Barbosa — que de coitada só tem a parte de ter se casado com o Feio, quero dizer, o Belo —, que olhava pras duas toda serelepe — com aquela energia toda que esse povo do Carnaval tem —, na capa de uma revista. Uma das senhoras, simplesmente, virou pra mim e perguntou:
— Você acha isso bonito?
E não foi tipo uma pergunta normal. Era uma mistura de acusação, surpresa, incredulidade e revolta, como se ela já soubesse que eu ia responder sim. Mas, sem esperar pela minha resposta, a outra senhora já foi logo dizendo:
— Parece uma cavala, olha essas pernas... Essa barriga não é de mulher, é de homem! Olha esse rosto cheio de botox! Nem sorri ela consegue direito, gente!
Fiquei com dó da Gracyanne. Quase me vi obrigado a ter que defender a pobre, mas o jeito que a mulher falava era tão revoltado e tão engraçado que eu comecei a rir.
Hoje eu parei pra pensar um pouco sobre isso depois que um amigo meu me disse que tinha encontrado uma Panicat pessoalmente e que achou ela ridícula. Só acreditei nele depois de ver a foto e comprovar que é verdade. Não que ela fosse realmente muito feia (era até normalzinha), mas comparando a mulher da foto com aquela que a gente vê balançando sem parar o programa inteiro... Pelo amor de Deus! Chegava a ser decepcionante.
‘Tá, eu não sou uma criança iludida que acha que tudo da Tv é real, mas entre saber e realmente ver aquilo com os próprios olhos é completamente diferente. Imagina se aquela pessoa que tu paga um pau esbarrar contigo na rua e tu, de repente, perceber que era tudo maquiagem ou efeito das câmeras e que ela não é tão maravilhosa assim... Decepção demais, né? E triste também.
Pensar isso me bate uma bad. Fico me imaginando dando de cara com a Megan Fox e vendo meus sonhos indo pelos ares... Se bem que isso nunca vai acontecer. Quais são as chances de eu encontrar a Megan na esquina da minha rua? Zero. Então eu acho que ela vai continuar sendo perfeita pelo resto da minha vida. Pelo menos isso.
Enquanto eu sonho com a Megan Fox, vai curtindo aê a 
nova música tecnobrega (WHAT?) do Strokes, segundo Gabi Amarantos. E se não tiver nada a ver com carnaval, finge que tem!

Um comentário:

  1. Oi Gabriel!
    Bom, eu odeio Carnaval, assim como odeio Natal, Ano Novo, Páscoa e o meu aniversário. Acho que o povo exagera demais nessa época. Se um cara sai nu na rua ele é preso e de repente há uma revolta geral da nação, mas no Carnaval sair nu é normal, já que o povo quer "se divertir". É tudo uma palhaçada e a galera ainda acha ruim porque eu não gosto dessa coisa toda... Achei uma grande ironia o pessoal querer "homenagear" os coreanos fazendo um desfile só de gente pelada ( logo os coreanos super conservadores.)
    HAHAHA essa história da mulher do Belo (o Feio) já virou um tabu. Toda gente fala, e fala sem dó. Acho que é algo tipo pensamento coletivo ou alguém querendo imitar a opinião alheia, mas fazer o que, tem gente que gosta enquanto outros abominam...
    Enfim, essa sua aparição repentina no blog me surpreendeu.
    'Té mais.

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